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Brasil vive maior surto de febre amarela


O Brasil vive o maior surto de febre amarela em 14 anos. Até terça-feira, foram confirmados 70 casos da doença, com 40 mortes. Desse total, 21 são de pacientes que apresentaram os primeiros sintomas em meados de dezembro. O maior número de casos até então havia sido em 2003, quando foram confirmados 64 pacientes com febre amarela. Há ainda no país outros 364 casos em investigação, incluindo 49 óbitos.


Além do aumento expressivo do número de casos, a doença atinge um número maior de Estados e municípios. Em 2003, com o surto em Minas, os casos se espalharam por menos de 20 municípios do Estado. Agora, cerca de 40 cidades apresentam registros de pacientes com suspeita da infecção. Há notificações também em Espírito Santo, Bahia, São Paulo. No total, 60 cidades do país já relataram casos suspeitos.

“Não há dúvidas de que os casos vêm em maior número e atingem uma área maior”, afirma o infectologista da Fundação Oswaldo Cruz, André Siqueira. Para ele, não há um fator único que explique a expansão.

Entre as causas estariam maior circulação do vírus, desmatamento e mudanças do clima que favorecem a proliferação dos mosquitos transmissores da forma silvestre da doença. A a tese de que o surto em Minas pode estar relacionado à tragédia do rompimento da barragem em Mariana também está sob análise.

Área urbana

Barros declarou que a pasta não trabalha com a hipótese de o surto se alastrar para as áreas urbanas. “Mas, evidentemente, se a pessoa pega a doença na mata e vem para a cidade, pode transmitir. O fato concreto é que temos controle máximo dos casos para evitar que isso aconteça”, ressaltou sobre a possibilidade de retomada da transmissão por meio do Aedes aegypti.

Reforço da vacinação

A imunização em Minas é considerada baixa. Estima-se que apenas 50% da população esteja vacinada contra febre amarela. Em São Paulo, onde também há casos, o índice chega a 80%. O coordenador de Controle de Doenças da Secretaria de Saúde de São Paulo, o infectologista Marcos Boulos, no entanto, afirma ser necessário atingir a marca de 95% em áreas consideradas de risco.

Por isso, a principal ação do governo para impedir uma disseminação ainda maior da doença é o reforço da vacinação. Em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira, o Ministério da Saúde anunciou 11,5 milhões de doses adicionais nos estoques de vacinas contra a febre amarela em todo o país. Destes, 6 milhões devem ser enviados aos Estados onde há indicação de vacinação e as demais doses permanecerão em um estoque que pode ser acionado a qualquer momento, de acordo com a necessidade de cada área.

Embora o ministério afirme ter vacinas suficientes para a situação atual, para as próximas semanas e capacidade de produção adicional, secretários dos estados atingidos apontam que a “corrida aos postos” nas regiões metropolitanas pode afetar os estoques, que são pensados com foco na população rural. No município do Rio de Janeiro, por exemplo, onde nem há indicação para a vacina, a procura pela imunização triplicou, o que esgotou as doses em muitos pontos da cidade.

Fonte: Veja


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