Espiar as abelhas revela que os pesticidas prejudicam o comportamento social
Um novo estudo que permitiu que humanos espionem abelhas dentro de seus ninhos mostrou que pesticidas podem prejudicar o comportamento social, tornando difícil para as abelhas comerem e criarem seus filhotes, disseram pesquisadores na quinta-feira.
Pesquisas anteriores mostraram que a classe comum de pesticidas, conhecida como neonicotinoides, pode prejudicar a capacidade das abelhas de se alimentarem fora do ninho.
As últimas descobertas aumentam as preocupações de longa data sobre a saúde desses polinizadores. Pesquisadores rastrearam as mudanças no comportamento das abelhas colocando câmeras dentro de 12 caixas especialmente feitas que continham uma câmara para um ninho e outra para forragear. Algumas abelhas foram expostas a concentrações do imidaclopride neonicotinóide semelhantes às esperadas no ambiente. Outros não eram.
Eles descobriram que as abelhas expostas a pesticidas eram menos sociais em uma variedade de formas do que as abelhas controle colocadas em caixas semelhantes, mas não alimentavam o néctar que continha neonicotinóides.
"A exposição ao pesticida neurotóxico resultou em mudanças mensuráveis no comportamento das abelhas operárias dentro do ninho", disse o relatório na revista Science.
"Os trabalhadores eram menos ativos, menos propensos a alimentar e cuidar de larvas e mais propensos a serem encontrados em direção à periferia do ninho."
Os efeitos foram particularmente visíveis à noite. "As abelhas realmente têm um ritmo circadiano muito forte", disse o principal autor do estudo, James Crall, um pós-doutorado na Universidade de Harvard. "Então, o que descobrimos foi que, durante o dia, não havia nenhum efeito estatisticamente observável, mas à noite, podíamos ver que eles estavam quebrando".
Os experimentos também mostraram que a exposição a pesticidas dificultava às abelhas regular a temperatura do corpo e construir uma tampa de cera protetora sobre a colônia.
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