Aumento câncer mama em mulheres jovens
Consideramos câncer de mama em mulheres jovens os tumores diagnosticados antes dos 50 anos, com incidência mundial de 5 a 7%. Nos últimos anos parece haver um aumento do diagnóstico em mulheres com menos de 40 anos.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam para um acréscimo de 2,6% na porcentagem de aparecimento do câncer de mama em mulheres com menos de 40 anos entre 2010 -2015. Outro estudo, da Associação de Combate ao Câncer de Goiás, correlacionou o aumento da expectativa de vida das mulheres com o acréscimo do número de casos novos, entre os anos de 1988-2003 no estado. Nesse contexto, observa-se um aumento na incidência do câncer de mama na faixa etária dos 40-60 anos sem afetar as mulheres mais jovens, que corresponde a uma média de 5,3% do total. Ainda segundo os dados de Goiás, 38% dos casos ocorreram antes dos 50 anos, sendo 26% entre os 40 e 50 anos.
Por que isso vem acontecendo?
Podemos apontar quatro razões importantes: Melhora nos métodos de imagem e diagnóstico de câncer de mama O avanço tecnológico dos exames de imagem tem proporcionado o diagnóstico de lesões precoces, caracterizando o que podemos chamar de antecipação diagnóstica. Nos locais onde é possivel e os exames estão sendo feitos, diagnostica-se mais câncer, de forma precoce.
Perfil obstétrico Mulheres com a primeira gestação após os 30 anos de idade, ou que não têm filhos, ou que não amamentaram, apresentam risco maior para câncer de mama. Hoje, elas têm adiado a maternidade, muitas vezes tendo filhos após os 40 anos.
Sedentarismo O estilo de vida moderno tem tornado as mulheres sedentárias. Alguns estudos sugerem que quatro a sete horas de exercícios físicos semanais podem reduzir o aparecimento de neoplasia mamária em até 20%.
Ingestão de álcool O consumo de álcool está associado com o aumento do risco de câncer de mama. Estudos demonstram um aumento de 10% nos casos a cada 10 gramas de álcool (1 taça de vinho tem em média 14 gramas de álcool).
Faltam estudos nacionais mais abrangentes e, no entanto, sabe-se que o número de casos vem aumentando no Brasil e que o risco é maior em países em desenvolvimento, com diferentes condições sociais, em pessoas obesas e com menor acesso aos programas de saúde. Para interromper essas estatísticas é importante manter hábitos de vida saudáveis, relacionados com alimentação e estilo de vida, que podem contribuir com uma redução em até 28% no risco de desenvolver a neoplasia.
Fonte: Veja